Satisfação, simplicidade, gravidade, autocontrole e purificação da existência são as austeridades da mente humana. E estas austeridades, executadas com fé transcendental, por quem não espera benefícios materiais, mas que atua apenas por amor ao Supremo, são austeridades para aquele que pratica a bondade em beneficio à todos os seres vivos.
Nesta fase, o Senhor Krishna nunca desaparece da vista do devoto, tampouco o devoto jamais perde o Senhor de vista. O mesmo se aplica ao yogue que vê o Senhor dentro do coração. Esse yogue torna-se um devoto puro e não suporta viver um momento sem ver o Senhor dentro de si.
Tornar a mente austera é afastá-la do gozo dos sentidos da mente leviana. Ela deve aprender a sempre ficar pensando em fazer o bem aos outros. O melhor treinamento que a mente pode receber é pensar com seriedade. Ninguém deve desviar-se da consciência de Krishna da consciência de Deus, e todos devem sempre evitar o gozo dos sentidos. Purificar a própria natureza é tornar-se consciente de Krishna pois Ele é o único que mantêm a sobriedade de toda a austeridade praticada por uma pessoa. Só se pode obter satisfação da mente afastando dela os pensamentos que produzem gozo dos sentidos da promiscuidade leviana. Quanto mais pensamos no prazer leviano dos sentidos, mais insatisfeita fica a mente. Nos dias atuais, oferecem-se à mente muitos processos supérfluos de gozo dos sentidos, e assim não há possibilidade de a mente ficar satisfeita. O melhor procedimento é direcionar a mente para a literatura que contenha tópicos Espirituais, que estejam cheias de histórias aprazíveis, tais como na literatura védica. É possível aproveitar-se deste conhecimento e então purificar-se. A mente não deve ter duplicidade, e deve-se pensar no bem-estar de todos. Silêncio quer dizer que se vive pensando na auto-realização. Neste sentido, quem é consciente de Krishna observa silêncio perfeito. Controle da mente quer dizer, afastar da mente a satisfação dos sentidos levianos. Uma pessoa deve ser honesta em suas atitudes e desse modo purificar sua existência. Juntas, todas estas qualidades constituem a austeridade das atividades mentais.
Afirma-se que a penitência executada por orgulho e com o intuito de ganhar respeito, honra e adoração, não é estável nem permanente produz paixão sofrimento e dor.
Executar penitências e austeridades para atrair os outros e receber deles honra, respeito e adoração, condiciona-se a ser adorado por seus subordinados e com isso permite-se que lhe lavem os pés e lhe ofereçam dinheiro. Considera-se que esses arranjos conseguidos artificialmente através de penitências está no modo da paixão do sofrimento. Os resultados são temporários; podem durar algum tempo, mas não são permanentes e causam muita dor.
Penitência executada por tolice, com auto-tortura, ou visando a destruir ou ferir os outros, encontra-se no modo da ignorância.
Há exemplos de penitência tola empreendida por personagens ao longo da historia humana, que executam rigorosas penitências para tornarem-se imortais criando meios destrutivos ao mundo. Submeter-se a penitências para conseguir algo que é impossível com certeza está no modo da ignorância.
A finalidade de praticar a yoga é controlar a mente a fim de fazer dela uma aliada no cumprimento da missão humana. Se a mente não for controlada, a prática de yoga (para exibição) é mera perda de tempo. Quem não pode controlar a mente vive sempre com o maior inimigo, e assim arruína sua vida e a sua missão na vida . A posição constitucional do ser vivo é executar ordens superiores. Enquanto sua mente continuar um inimigo imbatível, ele terá de servir aos ditames da luxúria, ira, avareza, ilusão, sofrimento, dor etc. Mas quando conquista a mente, ele, por sua própria vontade, acata a ordem da Personalidade de Deus, que está situado no coração de todos. A verdadeira prática de yoga consiste em ver a Personalidade de Deus dentro do coração e então seguir Suas ordens. Para quem adota diretamente a consciência de Krishna, a rendição perfeita às determinações impostas pelo Senhor é algo que advém com muita naturalidade.