Krishna a Suprema Personalidade de Deus no Bhagavad-Gītä capítulo 3, verso 31, diz:
Aqueles que cumprem seus deveres de acordo com Meus preceitos e que sem inveja seguem fielmente este ensinamento livram-se do cativeiro das ações fruitivas.
O preceito da Suprema Personalidade de Deus, Krishna, é a essência de toda a sabedoria védica e, portanto, é eternamente verdadeiro em todas as circunstâncias. Assim como os Vedas são eternos, do mesmo modo, esta verdade da consciência de Krishna também é eterna. Deve-se ter fé firme neste preceito, sem invejar o Senhor. Há muitos filósofos que escrevem comentários sobre o Bhagavad-Gītä, mas não têm fé em Krishna. Eles nunca se libertarão do cativeiro da ação fruitiva. Mas um homem comum que tem fé firme nos eternos preceitos do Senhor, embora seja incapaz de executar tais ordens, liberta-se do cativeiro da lei do karma. Ao ingressar na consciência de Krishna, talvez ele não cumpra na íntegra os preceitos do Senhor, mas porque não se deixa abater por tal limitação e trabalha sinceramente sem se preocupar com derrota ou fracasso, na certa será promovido à etapa de consciência de Krishna pura.
E no verso seguinte (32) afirma:
Mas aqueles que, por inveja, rejeitam e não seguem estes ensinamentos devem ser considerados desprovidos de todo o conhecimento, enganados e arruinados nos seus esforços para a perfeição.
Portanto, afirma-se claramente qual é a falha de quem não é consciente de Krishna. Assim como há punição para a desobediência à ordem do supremo chefe executivo, certamente também existe punição para a desobediência à ordem da Suprema Personalidade de Deus. O desobediente, e não importa quão grande ele seja, é ignorante do seu próprio eu, e do Espirito Supremo, da Super-Alma e da Personalidade de Deus, devido a um coração vazio. E assim, para ele não há esperança de perfeição na vida e ficará condicionado a permanecer no tabernaculo material onde repetidos nascimentos e mortes lhe trarão sofrimentos.
Nesta condição Krishna explica que mesmo o homem de conhecimento age segundo sua própria natureza, pois cada qual segue a natureza que adquiriu dos três modos. O que a repressão pode alcançar?
A não ser que se esteja situado na plataforma transcendental da consciência de Krishna, não é possível livrar-se da influência dos modos da natureza material, como o Senhor mesmo confirma no Sétimo Capítulo (7.14): "Esta Minha energia divina, que consiste dos três modos da natureza material, é difícil de ser suplantada. Mas aqueles que se renderam a Mim podem facilmente transpô-la". Portanto, nem mesmo a pessoa mais altamente instruída no plano mundano consegue sair do enredamento da ilusão material mediante o simples conhecimento teórico, ou através do processo que consiste em distinguir entre o corpo e a alma. Há muitos supostos espiritualistas que exteriormente se fazem passar por pessoas avançadas em ciência, mas no íntimo ou na vida particular estão sob total controle de determinados modos da natureza que eles são incapazes de superar. Do ponto de vista acadêmico alguém pode ser muito erudito, porém, devido à prolongada associação com a natureza material, ele permanece no cativeiro. A consciência de Krishna ajuda-nos a escapar do enredamento material, mesmo que estejamos ocupados nos deveres prescritos de acordo com a existência material. Portanto, sem estar em plena consciência de Krishna, ninguém deve abandonar seus deveres ocupacionais. Ninguém deve abandonar de repente seus deveres prescritos e tornar-se artificialmente um pretenso yogī ou transcendentalista. É melhor situar-se na própria posição e tentar alcançar a consciência de Krishna sob um treinamento superior. Assim, é possível libertar-se das garras da energia ilusória de Krishna.